quinta-feira, 26 de março de 2009

ANDANDO POR UM CAMINHO MELHOR


Certo dia um rapaz estava a caminhar por uma estrada onde mal era possivel enchergar por mais de um metro de distância, como este era o único caminho aparente -afinal ele não enchergava muito além- ele continuava a seguir pelo caminho escuro e como por magia uma estranha luz começou a seguí-lo o rapaz a uma hora dessa já estava extremamente apavorado havia dias em que o mesmo andava por este caminho, nada e nenhum som viera lhe fazer companhia, porém a tal luz, mesmo sendo algo estranho, não lhe causara mal algum e como num passe de mágia esta tornara-se sua mais fiel amiga, o rapaz lhe contara todos os seus segredos e todas as suas anciedades, tudo de bom e de ruim que ele havia feito, todas as suas experiências não mais só a ele pertencia, agora a pequenina luz era sua confidente e esta não poderia contar nenhuma palavra sequer a ninguém que por hora pudesse aparecer neste caminho ermo e solitário.

A medida que os dias iam passando e o caminho ficava cada vez mais monótono a pobrezinha da luz ficava mais e mais fraca, como se a força vital do rapaz fosse a chama da luz, com o cansaço do rapaz venho a fraqueza da luz, o rapaz tornou ficar apavorado, a sua melhor compania estava se desfazendo pouco a pouco e ele não sabia o que fazer, foi então que num surto de realidade ele decidiu que se continuasse a caminhar e dessa vez mais rápido ele chegaria ao final de sua caminhada e poderia então oferecer uma ajuda a pequenina luz, a partir dalí o rapaz apertou os passos e decidiu que não descansaria um minuto sequer até que encontrasse o final daquele caminho sombrio, afinal, ele tinha um propósito -o de salvar sua fiel amiga- o rapaz caminhou como nunca havia feito antes a escuridão foi ficando para trás e como num piscar de olhos ele chegou a um lugar maravilhoso cheio de cores, luz, cheiros, sabores e desafios o rapaz ficou tão mas tão feliz que nem sequer lembrara de acudir a pequenina amiga, quando o mesmo se deu conta e olhou para traz viu a pequenina lá; parada no final da escuridão imovél e brilhando com uma intensidade impar o rapaz gritara por ela mas ela nem sequer se movera. Ele então decidiu voltar para pegar sua amiga quando estava no limiar da claridade e da escuridão falou com a pequenina luz: " Venha amiga estou esperando por você! Vejo que estás melhor! Podemos continuar nossa jornada juntos!" E a potente luz dizera agora: " Não! Nossa jornada acabou, cumprimos nosso objetivo, você encontrou todas as coisas que estavam lhe fazendo falta! Eu? Não, meu destino é esse mesmo encontrar pessoas como você que mesmo estando diante de uma estrada maravilhosa, não conseguem enxergar um palmo diante de sí, minha força quase acabara pois, você meu amigo, me contara tudo o que há tanto tempo precisava dizer e não sabia a quem e, o caminho, mesmo assim continuava escuro. As vezes não precisamos somente desabafar, temos que lutar por alguém esta era a sua missão: lutar por alguém! E você lutou por mim! Obrigado agora siga o seu caminho. E eu? Bom eu voltarei! Há muitos como você nesta estrada e eles precisam de encontrar esta pequenina luz, afinal, há sempre uma luz no fim do túnel."



Rafael Franco

terça-feira, 24 de março de 2009

I'M LIKE A PHOENIX



Depois de um terrivel intervalo, sentí vontade de voltar a escrever no meu blog, embora eu esteja sem tempo (graças a Deus) decidi que era hora de retornar, para elucidar como eu me sinto atualmente resolví postar um texto que embora não seja de minha autoria, retrata exatamente como me sinto agora!!!

Bom espero que gostem e prometo escrever mais daqui pra frente...



Eterno retorno


E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"


Ps: só para explicar melhor:

Eterno Retorno é um conceito não acabado em vida pelo próprio Nietzche, trabalhado em vários de seus textos (No "Assim falou Zaratustra"; aforismo 341 do "A gaia ciência"; aforismo 56 do "Além do bem e do mal"; e trechos dos fragmentos póstumos, que podem ser encontrados no livro "Nietzsche" da coleção "Os Pensadores", da Abril Cultural). Ele mesmo considerava como seu pensamento mais profundo e amedrontador, que lhe veio à mente durante uma caminhada, ao contemplar uma formação rochosa.
Um dos aspectos do Eterno Retorno diz respeito aos ciclos repetitivos da vida: estamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no presente, e se repetirão no futuro, como por exemplo, guerras, epidemias, etc.
O que é indispensável notar é que esta teoria, que parece insensata e totalmente inverossímil a muitos, não é uma forma de percepção do tempo: o Eterno Retorno não é um ciclo temporal que se repete indefinidamente ao longo da eternidade.
Quando no texto, acima transcrito, de A Gaia Ciência, o filósofo sugere a aparição do demônio portador da reveleção do ciclo inexorável de repetições, ele não afirmou que aquilo seria exatamente o Eterno Retorno. Nos textos de Nietzsche sobre a História, vemos que sua noção do Tempo não é cíclica.
Com o Eterno Retorno Nietzsche questiona da ordem das coisas. Indica um mundo não feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de faces complementares de uma mesma -- múltipla, mas única -- realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias complementares da realidade - instâncias que se alternam eternamente. Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Ou seja, considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada instante finitas, em algum momento futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.
Outras observações importantes a respeito do Eterno Retorno são suas relações com o Amor fati e a vontade de potência. Detenhamo-nos ligeiramente no Amor fati -- Amor ao destino.
O conceito do Eterno Retorno leva a uma indagação sobre a vida: amamos ou não amamos a vida? Se tudo retorna - o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza, a pequenez -- se tudo torna, isto é um dom divino ou uma maldição? Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino? - Eis a grande indagação que é o Eterno Retorno.
Ele é, portanto, uma das maiores indagações da filosofia: aquele que quer respondê-la deve posicionar-se além do bem e do mal - enxergar a vida como o todo único e múltiplo que ela é: e amá-la. E o principal: fazer bem feito e com alegria cada detalhe de cada mínimo ato, pois ele se repetirá para sempre